O que é?

O QUE É E O QUE FAZ UM CENTRO DE SÍNTESE?

 

Os centros de síntese funcionam como organizações de fronteira para ligar ciência, gestão e governos (BARON et al., 2017). Oferecem oportunidades e infraestrutura necessária para que equipes científicas explorem ideias que são arriscadas, que requerem novas combinações de especialização, ou que precisam de algum investimento em tecnologia (informática) para serem realizadas (RODRIGO et al., 2013).

É uma “comunidade de recursos” e não uma agência de financiamento de pesquisa ou uma instituição de pesquisa (como universidades, laboratórios ou grupos de pesquisa), se diferenciando destes porque os tópicos de pesquisa por ele suportados respondem às questões em evolução da comunidade científica e porque os dados existentes, muitas vezes de fontes diferentes, são reaproveitados (RODRIGO et al., 2013).

Um centro de síntese é um meio econômico para cuidar de projetos científicos de alto risco e impacto (RODRIGO et al., 2013). Ele é constituído por toda a infraestrutura visando propiciar um ambiente que fornece suporte e aprimoramento para equipes científicas na condução de pesquisas de síntese.

Com relação à infraestrutura, cabe ao centro de síntese:

  • Disponibilizar tecnologia computacional de ponta, como servidores, banco de dados, softwares, aplicativos; (BARON et al., 2017)
  • Dispor de espaço físico adequado a cada necessidade, como salas de reuniões, de treinamento, auditório para eventos; (CARPENTER et al., 2009)
  • Possuir recursos financeiros seguros e suficientes para garantir a manutenção e suporte de suas atividades de rotina e infraestrutura do centro (BARON et al., 2017).

Com relação ao ambiente, o centro de síntese deve:

  • Permitir aos seus participantes um ambiente isolado, neutro e livre de distrações (BARON et al., 2017);
  • Ter flexibilidade organizacional para acomodar as necessidades científicas e intelectuais das equipes de pesquisa (BARON et al., 2017);
  • Disponibilizar tempo e local adequados para reflexões conjuntas das equipes (BARON et al., 2017);
  • Incentivar uma cultura forte de compartilhamento de dados e informações, centralizado ao máximo em ferramentas próprias ou de acesso aberto (SIDLAUSKAS et al., 2010);
  • Quebrar as barreiras conceituais, linguísticas e culturais que separam as disciplinas e seus cientistas (RODRIGO et al., 2013).

Com relação ao suporte e aprimoramento, o centro de síntese precisa:

  • Ter gestão ativa própria das dinâmicas sociais do espaço intelectual das equipes (BARON et al., 2017);
  • Apoiar estudantes, bolsistas e temporários envolvidos diretamente com cada equipe ou com o centro de síntese na totalidade (BARON et al., 2017);
  • Gerenciar, promover e incentivar a diversidade de participantes nas equipes, seja por questões demográficas, bem como de formação e intelectuais, garantindo que todas sejam focadas, criativas, resilientes e colaborativas para buscar as soluções para síntese nos seus projetos (BARON et al., 2017; RODRIGO et al., 2013);
  • Permitir que falhas ocorram, rapidamente e com baixo custo, permitindo realocação com maior produtividade e rentabilidade dos recursos empregados (RODRIGO et al., 2013);
  • Garantir que a burocracia administrativa, problemas de gestão de recursos logísticos e tecnológicos não amplificaram o alto risco natural de fracasso destes projetos de síntese da ciência (BARON et al., 2017);
  • Fomentar uma comunidade colaborativa auto identificada, composta por equipes de indivíduos com problemas similares, mas com dados, métodos e práticas complementares (RODRIGO et al., 2013);
  • Estabelecer parcerias e conexões entre os envolvidos direta ou indiretamente com cada projeto, como ONGs, Governos, Iniciativa Privada, Instituições de Ensino e Pesquisa, e demais instituições ou organizações da sociedade (BARON et al., 2017).

Referências: BARON et al., 2017; RODRIGO et al., 2013; CARPENTER et al., 2009; SIDLAUSKAS et al., 2010.